domingo, 7 de novembro de 2010

(São Paulo) Caminhos do Mar

Eu tinha a pretensão de percorrer assa estrada já fazia algum tempo, fosse de bicicleta, a pé ou até de carrinho de rolimã. Mas esse percurso sempre insistiu em ficar apenas no campo do planejamento; até que um dia a galera do couchsurfing propôs o passeio, e eu rapidamente me animei.

Conhecida por Caminho do Mar, Estrada da Maioridade, Estrada Velha de Santos ou simplesmente SP-148; essa estrada liga Santos a São Paulo (passando por Cubatão e o ABC). A estrada (do sec. XVII) esteve em uso até 1992, quando então foi interditada. Somente 12 anos depois ela reabriu, transformada em um pólo eco turístico. Atualmente só pode ser percorrida a pé ou de bicicleta (veículos de manutenção e microônibus da fundação são as exceções) e inclui vários monumentos históricos, construídos em 1922 pelo então governador Washington Luis em comemoração ao centenário da independência do Brasil.

Marcamos de nos encontrar (cerca de 20 pessoas) às 7h no Metrô Alto do Ipiranga. Depois de reunidos, seguimos de carro (embora seja possível ir de trem) para o parque e chegamos lá pouco antes de 10h. Por causa do horário de início, poderíamos fazer apenas a meia caminhada (4 km de descida e 4 km de retorno). Então estacionamos os carros e seguimos a pé. O dia estava nublado e a temperatura estava agradável para caminhar (embora péssimo para fotos).

Pouso ParanapiacabaLogo no início, o que primeiramente chama a atenção é o Pouso Paranapiacaba (foto). A construção de pedra e acabamento em azulejos no estilo português fica bem na alto da Serra do Mar, antes de começarem as curvas. De lá é possível avistar o mar em dias de céu aberto (que não era o caso dessa vez). Uma maquete no salão central, a vista panorâmica estonteante, uma cachoeira ao longe, a área de depósito e uma escadaria para a mata monopolizaram nossa atenção por 45min.

Andamos por menos de 30min, admirando a vista panorâmica do litoral, até chegar aos condutos forçados da hidrelétrica Henry Borden. Impossível passar por esse trecho rapidamente! O tamanho dos dutos não é exatamente o que impressiona mas sim a altura deles. O mais curioso é que o fornecimento de água é feito mudando o curso natural das águas do Rio Pinheiros em São Paulo, bombeando-as para a Represa Billings que por sua vez deságua águas por dutos pela serra até a usina em si, que opera desde 1926 em Cubatão (e por si só serve de assunto para aulas de várias matérias). Continuamos descendo; sempre acompanhados pelo Castelo D’Água, visível de quase todo o caminho; passamos pelo Belvedere Circular (Belvedere: pequeno mirante, terraço em parte elevada, de onde se descortina vasto panorama.) e logo chegamos a um dos trechos da Calçada Lorena. A distancia percorrida é de menos de 1 km e volta a encontrar o asfalto bem perto do Rancho da Maioridade.

O Rancho da Maioridade é impressionante por sua riqueza de detalhes! O monitor do local nos mostrou o acabamento primoroso em granito e azulejo no interior e, no exterior, um banco com a gravura vila de Itanhaem e um magnífico painel de azulejos que retrata a viagem de D. Pedro II e a Família Imperial em 1842 pela estrada. Como chegamos quase ao meio dia, aproveitamos para fazer um picnic antes de seguirmos.

Às 13h recomeçamos a andar, mas por apenas 500m: junto ao último ponto de encontro com padrão Lorena estava um monitor para tirar nossas dúvidas e nos proibir de continuar (devido ao horário). A Esfera Armilar e o retrato em azulejo de Bernardo José Maria de Lorena (governador da capitania de São Paulo, que mandou construir a calçada) estão lá, muito bem preservados.

Depois de 30min de conversas e explicações, às 13h45, começamos a voltar. Como o caminho é o mesmo não havia grandes novidade e, por isso, levamos apenas 1h para percorrer 4 km morro acima. Depois de mais uma parada no Pouso Paranapiacaba, pegamos o carro no estacionamento e voltamos para São Paulo.

É impressionante pensar que o Caminho do Mar fica tão próximo da metrópole fervilhante e mantem vivos monumentos de quase 1 século, em uma estrada que data do Brasil Colônia e em área de mata atlântica preservada e imponente.

Local: Caminho do Mar
Tempo: 3h a pé ida e volta (pode ser feito de bicicleta)
Dificuldade: Fácil (4,2 km)
Atrativo: Vista panorâmica, Monumentos históricos e Vegetação nativa.
Valor: Grátis
Dica: Há banheiros e água no Pouso Paranapiacaba e no Rancho da Maioridade. Os trechos da Calçada Lorena são escorregadios; tenha cuidado e evite quedas!

Quem estava:
Picasaweb + fotos


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