quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

(Jordânia) Dia 20: O deserto de Wadi Rum

Hoje planejamos conhecer o Wadi Rum (ou Wadi Ramm), um vale desértico repleto de montanhas no sudeste da Jordânia, conhecido em todo o mundo como o melhor exemplar de paisagem desértica no planeta (foto)! A região (de apenas 720km2) é a maior área de proteção ambiental do país e, por ser totalmente inóspita para a ocupação humana, é habitada apenas por beduínos nômades. Lawrence da Arábia (retratado no filme homônimo de 1962) refugiou-se nessa região durante a Revolta Árabe na 1a. Guerra Mundial.
Wadi Rum

Acordamos às 6:30 e fomos pegar o ônibus para o vilarejo de Wadi Rum mas quando chegamos na rodoviária, percebemos que tinham nos informado o horário errado! Eram tantas informações desencontradas e contraditórias que optamos por pegar um taxi ao invés do ônibus (JD20), o que devia ser exatamente o que se pretendia com tanta confusão.

Chegamos no vilarejo só às 9h. Passamos pela portaria do Centro de Visitantes (entrada de JD5/pessoa) e fomos direto para a agência com a qual combinamos tudo por email: Wadi Rum Adventures. Lá nos encontramos com Mohamed (o dono) e Salam (o guia), ambos beduínos, nascidos e criados em Wadi Rum.

Enquanto tomávamos um chá de boas vindas, ouvimos todas as explicações de Mohamed e arrumamos nossas coisas (não levaríamos tudo que trouxemos) e depois fomos até um mercadinho comprar água (compramos 6l/cada). Enquanto isso, Salam foi aprontar os camelos.

Às 10h deixamos o vilarejo para trás e seguimos para o deserto! O lento balançar dos camelos e o silêncio absoluto só eram quebrados pelo barulho dos veículos 4x4 que levavam outros turistas, que na maioria das vezes paravam para nos ver e tirar fotos.

Camelos em Wadi Rum O sol ainda não estava muito quente, e a brisa que soprava deixava a temperatura ideal. Em 40min percorremos 2km e chegamos à Laurence Spring. Os animais foram beber água (foto) no imenso açude e nós fomos explorar o local. Uma nascente brota nas montanhas e, além de fornecer água (potável) para animais e pessoas, também permite que várias figueiras cresçam no local. Há também um restaurante, bem dispensável, perto do açude. Nos 30min que ficamos no local o calor aumentou bastante, mas a diferença de temperatura entre a sombra e o sol era de 12°C! Tiramos os agasalhos e providenciamos uma proteção para a cabeça (Salam gentilmente nos ajudou a colocar os lenços da forma apropriada), e com essas “alterações” pudemos continuar durante o restante do dia.

Continuamos seguindo montados nos 3 camelos, no ritmo do deserto. Passamos por várias dunas de areia vermelha, mas como é impossível tirar uma foto decente de cima de um camelo em movimento, só conseguimos fotografar quando paramos para o almoço, às sombras de Jebel Khaz’ali. Almoçamos uma refeição leve e o Salam acendeu uma fogueira para fazer um chá para acompanhar. Enquanto comíamos, os camelos, agora soltos, faziam o mesmo com os arbustos das proximidades.

Antes de partir, fomos até a fissura de Jebel Khaz’ali, onde há pinturas rupestres e uma nascente (que não vimos, por falta de chuva). As pinturas estão logo na entrada, um pouco acima da linha dos olhos, mas seguimos até onde foi possível. Voltamos em 45min e Salam tinham acabado de buscar os camelos e estava pronto para sair.

Continuamos seguindo, sempre com o lento balançar (que depois do almoço favoreceu um leve cochilo em cima do camelo em movimento) até chegar a Wadak Rock Bridge que, como o nome sugere, é uma ponte de pedra natural no meio do deserto. Subimos até o alto da ponte (oque não é nada difícil), tiramos algumas fotos e voltamos.

Wadi Rum Sunset Às 15h30 chegamos no Sunset Camp, onde passaríamos a noite. Nos instalamos e rapidamente e subimos a montanha ao lado (subida fácil e sem riscos) para esperar o pôr do sol. O sol começou a se por às 17h e rapidamente tingiu o céu e as montanhas de laranja e vermelho. O pôr-do-sol em Wadi Rum certamente foi um dos mais belos que já presenciei (foto)!

Descemos a montanha e voltamos para o acampamento antes da escuridão total. Ficamos na tenda principal tomando chá à beira da fogueira e conversando com os outros turistas (2 japoneses e 4 alemães), enquanto esperávamos pelo jantar.

O jantar, farto mas sem luxo, foi servido às 18h30: frango assado na fogueira, arroz, legumes cozidos, batatas e cebolas assadas na brasa da fogueira, pão sírio e salada de alface, pepino, tomate e azeitonas. Comemos e depois fomos olhar o céu, absurdamente estrelado.

Como o cansaço era grande e o calor do dia já tinha dado lugar ao frio da noite (queda de 22°C na temperatura), resolvemos que seria melhor dormir cedo, antes de 19h30.

Informações Locais:
  • Wadi Rum Adventures: Wadi Rum - Aqaba - Tel: +962 0 777 472074. O site é deplorável, mas eles respondem os emails rápido.
  • Sunset Camp: Acampamento Beduíno localizado a 12km do centro de visitantes. Reservas podem ser feitas através de agências ou diretamente pelo site. Tel: +962 3 2032961.
DICAS:
  • Não se esqueça de levar lanternas! As únicas fontes de luz em todos os acampamentos são as fogueiras (que rapidamente são apagadas) e velas.
  • Não se deixe enganar pelo calor dos dias ensolarados, agasalhos são indispensáveis durante a noite (e as vezes até mesmo durante o dia, na sombra). Durante a noite, mesmo com os cobertores grossos dos acampamentos, perde-se muito calor ao dormir em um colchão no chão. Durma agasalhado.
  • A água do açude de Laurence Spring não é potável mas a água da nascente, na montanha, é gelada e totalmente apropriada para o consumo humano.
  • Uma proteção para a cabeça é indispensável. Não precisa ser algo grosso: o tradicional lenço árabe é perfeito para isso e pode ser comprado no vilarejo de Wadi Rum (pelo triplo do preço habitual), mas um chapéu também pode ajudar. Só tenha cuidado para não perdê-lo com as rajadas de vento.
  • O horário correto do primeiro ônibus de Aqaba para Wadi Rum é 6h. O ônibus te deixará no entroncamento da estrada, há +- 20km do Centro de Visitantes, e será preciso pegar uma carona (algo bem comum no local) até o vilarejo. Como isso não é tarefa das mais fáceis para quem não fala árabe, prefira um taxi (principalmente se estiver em grupo).

Quem estava:
Picasaweb + fotos


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