sábado, 25 de dezembro de 2010

(Jordânia) Dia 22: Natal em Petra

É Natal, mas não haverá almoço farto ou família reunida. Nem por isso eu e a Pri deixamos a data passar em branco, guardamos a principal atração da viagem para hoje: Petra.

Acordamos às 6h para arrumar as coisas e tomar café da manhã. A pressa era para chegar à cidade antes da multidão de turistas. Às 7h lá estávamos nós, na portaria do Parque Arqueológico de Petra. A bilheteria estava sem fila e nós, rapidamente, compramos os ingressos (para 2 dias: JOD55/pessoa) e entramos.

Essa antiga cidade, esculpida na rocha pelos Nabateus por volta de 300 a.C, foi anexada ao Império Romano em 64 aC. Em 551, um terremoto destruiu a cidade quase inteira, que por isso perdeu grande parte de sua importância até meados do século XVIII. Em dezembro de 1985 foi declarada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO e em 2007 foi eleita uma das Novas 7 Maravilhas do Mundo.

Petra TreasurySeguindo o conselho que recebemos de várias pessoas, fomos diretamente ao al-Deir (ou Monastério) - o local mais alto e distante da cidade - sem parar para ver as outras atrações. A ideia era vê-lo ainda vazio e, quando a multidão estivesse subindo, nós já estaríamos voltando para visitar a cidade tranquilamente, no contra fluxo da multidão.

No caminho, deserto às 8h (foto), passamos pelo impressionante al-Khazned (ou Treasury): a imponência dessa obra só pode ser apreciada devidamente de frente, onde se percebe que o local foi meticulosamente escolhido para que os tons avermelhados da própria montanha fossem “pintados” pela luz do sol em todas as horas do dia, ampliando a percepção do tamanho da obra.

Continuamos seguindo até o grande teatro, também esculpido na rocha. Passamos pela longa Rua Colunada e pelos templos que a cercam (uma herança do período de dominação romana); até chegar à encruzilhada, onde beduínos oferecem de tudo: lembranças, comidas e transporte de burro.

Logo após a encruzilhada começam os degraus da subida ao Monastério, onde o caminho tortuoso e irregular é disputado por pedestres e burros. Ao final, a vista deslumbrante justifica qualquer esforço. Ficamos lá, admirando o visual enquanto descansávamos e comíamos nosso farto almoço de natal: bolacha recheada e isotônico.

De manhã, o frio estava cortante e talvez por isso, atravessar toda a cidade e ainda subir 800 degraus até o Monastério não foi problema. A subida durou 2h, sem paradas, por um trecho com penhascos, vistas deslumbrantes e pouquíssimas pessoas. Ao chegar lá em cima, o calor do deserto já tinha aquecido o dia muito além do confortável.

Petra al-DeirO Monastério (foto), esculpido na montanha avermelhada é tão imponente que mal percebemos os ambulantes que disputavam os poucos turistas do local. Nossa subida rápida nos rendeu o privilégio de compartilhar a vista magnífica com apenas 3 outros turistas (todos silenciosamente impressionados, assim como nós).

Depois de 30 min, às 10h20, começamos a descer, agora com calma. No retorno, passamos pelo Lion Triclinium: uma das poucas salas que possui esculturas nas paredes interiores; cuja porta de entrada é guardada por 1 escultura de leão (já bem desgastada) de cada lado da porta. Não nos demoramos mais que 15min.

Em 30min estávamos de volta à Rua Colunada, onde ficamos 1h conhecendo as ruínas do Qasr Al-Bint: o principal templo de Petra, construído no século I aC em proporções enormes para o local. Durante a dominação romana, esse templo passou a ser dedicado a Júpiter, Vênus e outro deus ainda não identificado.

Em vez de descer a Rua Colunada, seguimos pela parte superior da cidade até chegar ao Jebal Al-Habis: que abriga um curioso museu (entrada grátis) em uma sala com 5 janelas (a única de toda a cidade). Mais adiante, passamos pelo Columbataruim: uma tumba incomum, com centenas de nichos pequenos cujo propósito ainda permanece sem explicação; e por uma Área de Sacrifícios, com miniaturas de esculturas das divindades, uma grande cisterna e uma vista impressionante do centro da cidade. Continuamos seguindo pela área de Jebal Al-Habis até chegar às tumbas inacabadas, onde se pode ver claramente a técnica de construção dos Nabateus.

Às 14h, a Pri estava exausta pela caminhada e o calor intenso e resolveu voltar para o hotel enquanto eu fui, sozinho, conhecer a Igreja Bizantina: uma área ainda em escavação, onde pode-se ver mosaicos do Século V dC com figuras de animais. Curiosamente, apenas os mosaicos sobreviveram aos vários incêndios e terremotos que reduziram essa antiga catedral a ruínas.

Saí da Igreja Bizantina às 15h, já bastante cansado. Como o dia curto de inverno já dava sinais de que chegava ao final, eu resolvi ir embora antes da multidão. Muitos turistas de um dia ainda estavam chegando ao Treasury quando eu estava voltando para o hotel; onde cheguei às 16h.

Tomei um banho demorado e fiquei um pouco na internet falando com a família (afinal, é Natal!). Às 19h saímos para jantar. Fomos ao Red Cave, que é incomparavelmente melhor q o restaurante da noite anterior: carne de carneiro feita com perfeição, berinjelas e tomates ao forno, lentilha e, obviamente, todas as guarnições árabes de entrada.

Poucos antes de 21h estávamos indo dormir, totalmente esgotados e maravilhados com o que fizemos durante o dia, e certos de que amanhã o dia será igualmente interessante.

DICAS:
  • Subir de burro até o Monastério é uma ótima ideia, principalmente se você chegar à encruzilhada depois de 9h (quando sol já está quente). Com um pouco de pechincha e paciência, consegue-se facilmente pagar JOD2/pessoa (para subir apenas), ou até menos.
  • Para quem não pretende subir até o Monastério (caso da maioria dos turistas que vão passar apenas 1 dia ali), as atrações são dentro da cidade, onde as calçadas romanas permanecem sem buracos. É perfeitamente viável ir de chinelo mas, para quem vai ao Monastério ou às Áreas de Sacrifício é mais recomendável usar bota ou tênis de trilha, pois o terreno é bastante irregular e escorregadio.
  • Se for contratar transporte em animais (burros, cavalos ou charretes) procure o numero de identificação do animal. Esse número é fornecido por Brooke Jordan, que fiscaliza se o tratamento dado aos animais é adequado e sem maus tratos.
  • Subir diretamente para o Monastério só faz sentido se você chegar até 7h15 no portão de entrada (ou 7h45 se for subir de burro). Como segunda alternativa, chegue ao Monastério depois de 15h, mas será preciso se apressar para sair do parque antes do horário em que fecham os portões.
  • Há diversos restaurantes e lanchonete dentro de Petra e, embora a maioria seja bom, todos são extremamente caros. Leve, ao menos, água e um lanche.
  • Petra by Night ocorre nas noites de 2ª, 4ª e 5ª-feiras, com abertura dos portões às 8h30. As entradas podem ser compradas na bilheteria do parque, por JOD12/pessoa.

Quem estava:
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