quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

(Síria) Dia 13: Aleppo em 1 dia

Acordamos bem descansados, já que o colchão do hotel era bem confortável. Logo depois do café (fraco) fomos procurar a famosa Cidadela de Aleppo. Tínhamos vários mapas que pegamos na noite anterior, que mais confundiam do que ajudavam.

Fomos então seguindo as poucas placas de trânsito que conseguíamos ler, e não teve muito erro. Como era de se imaginar, a cidadela, patrimônio mundial da UNESCO, está no alto da maior colina, com vista privilegiada da região (por conta de possíveis invasões). Embora não exista consenso, esse pode ser o maior e mais antigo palácio (fortificado) do mundo!

A cidade, habitada desde o séc XI aC, é uma das mais antigas do mundo e está separada da cidadela, que só foi construída no séc XII DC, por um fosso de 22m de profundidade e 30m de largura. A cidadela é fascinante e deprimente pelo mesmo motivo: o abandono! Mesmo tendo passado por uma ampla restauração no ano 2000, hoje existem apenas 3 vigias para o espaço gigantesco que ela ocupa: 1 na entrada e bilheteria, 1 na loja de souvenires e 1 na mesquita. Isso faz com que vandalismo, maus-tratos e o acúmulo de lixo sejam inevitáveis. Por outro lado, nenhuma área tem acesso proibido: do parapeito mais vertiginoso aos esgotos e masmorras. Tudo por sua conta e risco.

Cidadela de Aleppo Ficamos 3h visitando todos os cantos possíveis. Destaque para o teatro (foto), sala do trono e os banhos. O palácio, reconstruído varias vezes (segundo o gosto da dinastia vigente), é tão simples quanto imponente: no segundo andar, a fachada tem diversos tipos de pedras, finamente entalhadas. Os banhos, embora desativados, conservam o frescor devido à água que chega pelos aquedutos, ainda em uso. Saímos de lá extasiados e fomos direto para o Antigo Baazar, que fica a poucos metros.

O baazar de Aleppo é simplesmente o maior mercado coberto do mundo e, por muito tempo foi o ponto final da famosa rota da seda! Ruas cobertas, vielas tortuosas e becos escuros abrigam padarias com séculos de tradição, ricas joalherias, lojas de tecidos finos e açougues com chão ensanguentado. O cheiro forte e o trânsito de pessoas (mais intensos e marcantes do que Istambul) só foi quebrado pela simpatia das pessoas ao descobrirem que éramos brasileiros.

Passamos 2h no mercado graças a Priscila, que entrou em uma negociação interminável com um joalheiro local e acabou se empolgando com os sucessivos descontos e os preços absurdamente baixos.

Saímos do baazar às 16h. Comemos shawarma e falafel pela rua, a caminho do hotel. Pegamos nossas malas que estavam guardadas na recepção e fomos novamente para a rodoviária. A vontade era de ficar mais tempo na cidade, mas esse foi o preço dos 3 dias perdidos em Gaziantep.

Na rodoviária, compramos passagens para Hama (95 S£/pessoa): uma cidade aparentemente sem graça, mas perto de vários atrativos interessantes. Embarcamos depois de esperar 45min, na rodoviária mais gelada do mundo (por ser toda aberta).

Em apenas 2h de viagem chegamos a Hama, e lá o destino era o Hotel Riad: famoso pelo atendimento primoroso, segundo o guia Lonely Planet - o que foi confirmado logo nos primeiros 30min.

Fechamos um passeio para os dias seguintes no próprio hotel e saímos para comer na rua. Aproveitamos para ir à feira livre que acontece a 2 quadras de distância (a localização do hotel é excelente; ao lado da torre do relógio) e comemos por lá mesmo.

Depois de comer, tomar banho e um chá quente (cortesia noturna do hotel para todos os hóspedes), dormimos cheios de expectativas para os próximos dias.

Informações Locais:
  • Riad Hotel: Sharia al-Quwatli - Tel: +963 033-239512 ou 094-456767. Abdullah (o recepcionista) fala inglês perfeitamente e tem boas dicas sobre a região. TV via satélite internacional, livros e internet grátis no saguão.

Quem estava:
Picasaweb + fotos


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