(Turquia) Dia 01: Chegando em Istambul

Desembarquei em Istambul no Aeroporto Atatürk totalmente desorientado! Eram 18h, começava a anoitecer e eu tinha apenas reais (nem o tradicional US$1 para dar sorte), um guia de viagem na mochila, sem acesso à internet, uma vaga noção de onde deveria ir e meu inglês (enferrujado) em um país que nunca foi colônia britânica ou dominado pelo USA no pós-guerra. Ou seja: eu estava ferrado!

Minha irmã chegou à cidade na véspera e estava em um albergue, onde faria uma reserva para mim. Mas qual é o nome do albergue? E o endereço? A verdade é que eu não sabia nem o mínimo!

Por sinal, ao contrário de todas as outras viagens que eu fiz na vida, nessa o planejamento não existiu! Marquei as férias, decidi o destino e comprei passagem em menos de 30 dias. Para ajudar, nos 30 dias que precederam as férias, o trabalho estava tão corrido que a última coisa que eu tinha tempo era de pensar na viagem. Resultado: cheguei em Istambul sabendo apenas que deveria ir para o bairro de Sultanahmet – o bairro mais turístico da Capital Cultural da Europa em 2010.

Mas como esperar no aeroporto não resolveria meu problema, dei uma conferida no guia, troquei um pouco de dinheiro (no pior câmbio imaginável) e entrei no metrô. Depois de alguns estações em rede de metrô (que é limpa e organizada) e pedidos de informações nos quais eu não tinha certeza de estar sendo compreendido, troquei para a linha de bonde (a integração é grátis) e em 1h, lá estava eu, completamente embasbacado vendo a Mesquita Azul e Hagia Sophia se digladiarem (foto) enquanto o sol se punha em um céu avermelhado na praça principal de Istambul (ou melhor: Constantinopla)!

Quando saí do torpor, 30min depois, e me dei conta que, nos padrões brasileiros, eu estava implorando para ser assaltado; e era melhor me mexer. A verdade é que eu só precisava ler meus emails, para saber onde minha irmã estava hospedada (ela tinha ficado de me enviar o nome e endereço do albergue enquanto eu estava no avião), mas achar uma lan house aberta no sábado a noite parecia impossível. Depois de vagar 30min por ruas bem diferentes da praça iluminada e aconchegante em que cheguei, consegui convencer o dono de uma loja de tapetes a me deixar usar o computador. Para afastar a zica que pairava no ar, o dono (que se tornou ainda mais simpático ao saber que eu era do Brasil) me explicou com os mínimos detalhes como chegar ao albergue Ágora.

Não teve erro! Cheguei ao albergue em apenas 10min, e sem me perder! Minha irmã estava na recepção, lendo. Lugar muito arrumado e limpo, que nem de longe lembra a bagunça da maioria dos albergues. E como se não bastasse ficar há 1 quadra do Palácio Topkapi, ainda tinha um terraço (no 3º andar) com uma bela vista para o Bósforo.

Tomei um merecido banho e saímos para comer. A noite estrelada e quente (21°C) estava tão agradável que pude sair de camiseta. Fomos até um bazaar próximo e nos sentamos no Meşale Cafe. Comemos um autêntico Döner Kebab, tomamos chá e assistimos a uma apresentação inusitada (e grátis) de dervixes rodopiantes.

Voltamos para o albergue às 22h, e como o quarto coletivo em que estava (para até 12 pessoas) tinha apenas 1 outro hóspede (que já estava dormindo), não tivemos problemas em dormir rapidamente para aproveitar ao máximo o dia seguinte.

Informações locais:

• Agora Guesthouse: Cankurtaran Mah. Akbiyik Cad., Amiral Tafdil Sok. No:6, 34122, Sultanahmet - Tel: +90 (212) 458-5547 - alojamento: 15€/pessoa - toalha, internet, ótimo café da manhã.
• O metrô e o bonde funcionam de 6h a 24h e embora integrados, são pagos separadamente a cada mudança e custam 2TL cada.

DICAS:

• Internet grátis é comum nos albergues e/ou hotéis, mas lan houses são difíceis de encontrar.
• Há wi-fi grátis na praça principal de Sultanahmet. Sem senha, limite de tempo ou burocracias!
• A grafia original (e portanto correta) é "n": Istanbul. Pesquisas na internet serão muito mais relevantes e produtivas se você utilizar essa grafia mas, boa parte dos resultados será em inglês.

Quem estava:

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