domingo, 19 de fevereiro de 2012

(Rio de Janeiro) Pedra da Gávea

Os 6 dias de carnaval em si poderiam ser resumidos em blocos legais, mas lotados além do suportável (e seguro), trânsito caótico e praia ensolarada. Por conta disso, logo desistimos da folia e ficamos aproveitando os longos dias de verão na praia da Barra da Tijuca, onde estávamos hospedados. Isso por si só não mereceria um relato, mas sempre existe uma trilha para quebrar a rotina... mesmo quando a rotina é boa; e subir a Pedra da Gávea não poderia ter sido uma escolha mais oportuna.

Início da trilha para Pedra da GáveaO monolito fica na Barra da Tijuca, se estendendo pelos bairros do Joá, Itanhangá e São Conrado, seu topo está a 842m acima do nível do mar. Do alto desse, que é o maior bloco de pedra a beira mar do planeta, tem-se uma das vistas mais espetaculares da cidade maravilhosa.

Nossa trilha começou cedo, às 7h30, quando a Elba nos encontrou na Pça Prof. Velho da Silva, que fica próxima ao extremo sul do Parque Nacional da Tijuca. Seguimos caminhando pela Estrada Sorimã (que segue para norte a partir da praça) por 100m até chegar na guarita (foto) que marca o início da Trilha do Isidoro.

O trecho inicial dessa trilha (que é 1 das 3 opções para subir a Pedra da Gávea) é uma pequena estrada de pedras irregulares construída por escravos que trabalharam nas fazendas da região. A trilha vai subindo a encosta suavemente, sempre pela sombra da mata, bem demarcada.

Quando a estrada acaba (30min depois), a trilha fica mais íngreme e setas amarelas começam a indicar o caminho correto. Depois de mais 40min (2km depois da guarita e 450m de altitude) chegamos à Pedra no Navio, de onde se descortina a vista para a Barra da Tijuca. Há uma bica d’água nas proximidades, o que faz desse um dos poucos locais para reabastecimento.

Continuamos subindo a encosta íngreme e 650m depois (aos 594m de altitude) chegamos em um local descampado e plano, conhecido como Praça da Bandeira. Aqui se encontram as 3 trilhas: a da Barra da Tijuca (Estrada do Sorimã), a de São Conrado (Estrada das Canoas) e a da Pedra Bonita, e seguem para a Pedra da Gávea.

Seguindo para a Pedra da Gávea, a vegetação se abre e a sombra acaba a partir desse ponto. 200m à frente há um incrível mirante: para um lado estão a Lagoa de Marapendi e a Barra da Tijuca inteira, e para o outro a impressionante Cabeça do Imperador.

Seguimos por mais 200m contornando a encosta da Gávea até chegar à famosa subida da Carrasqueira (aos 710m de altitude): um trecho de 20m de escalada bastante exposto e acidentado, próximo a um abismo. Muitos chegam somente até esse ponto e decidem retornar.

Praia do Peró no feriadoNós esperamos 1h para subir e não tivemos problema - mas levamos equipamento de escalada. Continuamos andando por mais 170m até chegar ao Portal da Gávea: uma gruta de 2m. Atravessando essa gruta a trilha volta para a sombra por mais 200m até chegar ao topo, onde existe uma bifurcação: à direita vai para o mirante de São Conrado e à esquerda para a Cabeça do Imperador (foto).

Fomos primeiro no mirante (apenas 200m adiante), de onde se tem, indiscutivelmente, a melhor vista do Rio de Janeiro! É tão fascinante que qualquer descrição não alcança o que se vê ou sente. Pode-se ver a Pedra Bonita (com suas sempre presentes asas delta), o Morro 2 Irmãos, o Pico da Tijuca, o Pão de Açúcar e todas as praias da zona sul!

Mesmo com o sol intenso do meio dia (não tem sombra) ficamos quase 1h lá admirando a vista. Aproveitamos para comer o lanche que levamos e depois voltamos até a bifurcação para ir à Cabeça do Imperador.

É preciso descer uma encosta com auxílio de um cabo de aço e então escalar uma grande rocha para chegar até a “pirâmide da coroa”. Embora esse seja o ponto mais alto, a vista que se tem não é significativa e, infelizmente, o local se encontra todo pichado e com muito lixo. Ficamos 15min lá no alto e às 13h30 começamos a volta.

Voltamos até a bifurcação e de lá para a carrasqueira. Quando retornamos à carrasqueira, às 14h, havia uma fila era imensa! Mas como estávamos com equipamento de rapel, não tivemos que esperar, e em menos de 20min descemos pela parede de rocha lateral.

Continuamos descendo pelo mesmo caminho da vinda e às 16h10 estávamos de volta à guarita inicial.

Como estávamos hospedados na casa de uns amigos na Barra da Tijuca, voltamos caminhando do Posto 1 ao 4 pela orla, sob olhar curioso dos locais. Nosso nível de imundice era tanto que, para desviar de nós, alguns chegaram a atravessar a rua!



DICA: A subida da carrasqueira pode ser feita com ou sem equipamento de escalda (como capacete, corda e mosquetão) e em dias de muito movimento (como finais de semana), forma-se uma grande fila para subir/descer. A espera pode demorar várias horas!

Curiosidades: várias teorias e lendas cercam a Cabeça do Imperador, principalmente devido à sua forma e rosto enigmático. Muitas dessas lendas despertam mais perguntas do que respostas. Esses mistérios estão descritos no site Além da Imaginação e no Clube dos Aventureiros. Destaque para a Tumba Fenícia e a escadaria, que possuem um mínimo de embasamento científico e arqueológico.

Quem estava:
Picasaweb + fotos


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