sábado, 19 de maio de 2012

(Paranapiacaba) Pedra Grande de Quatinga

Quando o assunto é trilha, Paranapiacaba é uma das regiões mais privilegiadas do entorno de São Paulo. Todo paulistano já foi ou conhece alguém que foi para alguma cachoeira ou trilha por lá. E foi exatamente esse motivo que me levou até lá.

Com tudo combinado desde a semana anterior, eu, Mari e Mazzoti acordamos às 4h, tomamos um café rápido e ainda era noite quando saímos, chegando às 5h no metrô Ana Rosa. Fomos até a estação Tamanduateí: o local de encontro com o grupo.

O Tomás chegou no trem seguinte, mas a Gabriela e sua amiga não apareceram no horário combinado. Liguei e descobri que elas perderam o horário!

Resolvemos seguir viagem e combinamos de nos encontrar mais para frente. Pegamos o trem e fomos, na lerdeza habitual, até a parada final em Rio Grande da Serra. Chegamos às 7h e fomos para o ponto onde passa o ônibus para Paranapiacaba.

Trens de ParanapiacabaO ônibus chegou em 20min e foi cheio até o ponto final, na parte alta da vila, em frente à Igreja de Bom Jesus. Como de lá a vista é excelente, ficamos desde 7h50 fotografando a igreja, o cemitério anexo e a paisagem. Só às 8h20 descemos a ladeira, atravessamos a passarela metálica e fomos esperar as meninas no Largo dos Padeiros. Mas não sem ficar um tempo observando e fotografando a réplica do Big Ben, o pátio de trens e as carcaças abandonadas.

A Gabriela e a Bethania chegaram só às 8h45 quando todos já estavam nervosos com o atraso! Para não perder mais tempo, confirmamos o caminho no mapa que fica em frente ao correio e seguimos pela Rua Direita até chegar na guarita, às 9h, local que marca o começo da trilha.

Caminhamos por 1h (3km) e chegamos às 10h na Vila de Taquarussu. Passamos por vários orientais caminhando nesse trecho, que tem sombra e inclinação suave. Formada por imigrantes italianos por volta de 1910, essa vila fornecia lenha e carvão para as máquinas da São Paulo Railway. Paramos apenas 20min para descansar e tirar fotos e retomamos à caminhada.

O trecho após o vilarejo é plano e quase não tem sombra. Depois de caminhar pouco mais de 2km, chegamos a uma bifurcação e seguimos na direção do Pesqueiro Pedrinhas (e não para o camping Simplão de Tudo). 350m à frente passamos por um riacho e um brejo cheio de flores.

Caminhamos 3km, passamos por algumas casas e chegamos ao atalho que leva ao início da subida para a Pedra Grande. Algumas manilhas de concreto jogadas à direita da trilha facilitam a identificação do local (veja mapa abaixo). O atalho tem apenas 500m e termina em uma porteira de onde pode-se avistar o cume de rocha nua. A subida começa um pouco antes da porteira, em uma abertura sinalizada por placa na cerca do lado direito.

Antes mesmo de começar a subida a Bethania já estava bastante cansada. Foi então que descobri que ela tinha passado por uma operação recente, e recebido liberação médica para fazer exercícios no dia anterior. Fizemos então uma pausa e às 12h10 começamos a subir com o mínimo de peso: levando apenas lanche e água.

O ataque ao cume da Pedra Grande, um granito rochoso que fica 200m acima do relevo local, é totalmente diferente do restante da trilha. A subida tem 1km e é em um trecho de sombra, de vegetação fechada, íngreme e lamacento. Fomos subindo lentamente, parando sempre que a Bethania precisava recuperar o fôlego. Para ajudar, o tênis dela era totalmente inapropriado para trilhas e mais parecia um all star, então ela escorregava toda hora.

Depois de 40min de subida, próximo da metade, a situação era insustentável! O ritmo dela era tão lento que a Gabriela decidiu seguir na frente mesmo sem saber o caminho, deixando a amiga à própria sorte! Tomás e Mari acompanharam-na até o topo enquanto eu e o Mazzotti esperamos a Bethania, que tentava segurar o choro.

Depois de conseguir acalmá-la, encontramos um local onde ela pudesse sentar e falamos para ela descansar bastante antes de retomar a subida, enfatizando que não havia risco e que estava muito perto. Só então nós continuamos a subida, e ela ficou descansando a pouco metros do cume.

Pedra GrandeNo último 5min da subida (850m de distância desde a porteira - foto) a vegetação muda para um capinzal na altura dos joelhos e sem sombras. Chegamos ao Mirante da Pedra Grande às 13h10 e lá, as rochas nuas aparecem em meio à grama baixa e não há absolutamente nenhuma sombra!

Depois de descansar e comer fomos tirar algumas fotos da paisagem. Como o dia estava aberto, pudemos enxergar de um lado o mar da baixada santista e do outro a represa de Taiaçupeba. A Bethania apareceu 30min depois.

Às 14h começamos a descer. Em 15min estávamos de volta à trilha principal e seguimos caminhando, sentido Quatinga. Depois de 1,8km passamos por um rio com uma pequena ponte de madeira para pedestres. Dessa ponte em diante o caminho se torna uma estrada rural com frequente movimento de carros para as chácaras locais. Seria possível até pedir carona mas optamos por caminhar até nosso destino final. Andamos por 3,5km desde a ponte até chegar à escola Prof. Adolfo Cardoso, em Quatinga, às 16h40.

Sob olhares curiosos, esperamos quase 40min no ponto. Quando o ônibus chegou, embarcamos e seguimos sentados, por mais 30min a Estação Jundiapeba da CPTM. Mas antes de pegar o trem para casa, fomos tomar a merecida cerveja da vitória em um bar nordestino bem em frente à estação.

Graças às várias garrafas de cerveja e à excelente porção de carne seca com manteiga de garrafa, pegamos o trem só às 19h, quando uma chuva torrencial começou a se anunciar. Entre trem, metrô e baldeações, levamos quase 2h para chegar em casa.

Quem estava:
Picasaweb + fotos


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